Seus olhos parecem dois rios rolando pro mar
Quando você chora
Quando você chora
E eu como bom capoeira não posso negar
Que o meu berimbau,
tambem já me fez chorar
Seus olhos…
coro
Eu choro de alegria
choro de tristeza e dór
cada um tem seus motivos
tem até choro de amor
Seus olhos…
coro
Tal vez pela falta de jeito do cabra valente
quando quer disfarçar é quando ele mas sente
coro
Em dados momentos da vida preciso entender
Quando é forte de mas, é a hora de ceder
seus olhos..
coro
Se diz o ditado que o homen não pode chorar
eu não posso explicar se quando ele nace ele chora
Angola terra dos meus ancestrais, Angola
Angola êêê terra dos meus ancestrais, Angola
De onde veio à capoeira angola
Do toque do berimbau, Angola
E vivia no Quilombo
O valente rei Zumbi
Guerreiro de muitas lutas
Por seu povo sofredor
Foi general de batalha
Sem patente militar
Inteligência e coragem
Não lhe podiam faltar
Ele nasceu no Quilombo
Porém foi aprisionado
Criado por Padre Antônio
Francisco foi batizado
Aprendeu língua de branco
Mas não se subordinou
Dentro dele era mais forte
O seu “eu” de lutador
Fugindo para Palmares
Ganga Zumba o recebeu
O Quilombo estava em festa
Viva Zumbi Ganga o rei
Foi quando tudo mudou
Até vir a traição
Mataram Zumbi guerreiro
Sem nenhuma compaixão
Seu nome será lembrado
Para sempre na história
Força de espírito presente
Não nos saia da memória
Iê, viva meu Deus
Iê, viva Zumbi.
Iê, viva meu Mestre.
Iê, a capoeira.
Iê, viva Deus do céu.
Iê,salve a Bahia.
–Coro–
Lá na Bahia Corre água sem chover
A água doce do coco é doce
Eu também quero beber
Á água do coco é doce
Eu também quero beber
Na fazenda Estiva
Nas terras de Jacobina
Comecei a Capoeira
Do famoso Mestre Bimba
E foi morar lá no bairro da Lapinha
Conhecendo velhos mestres
Valdemar e Seu Traíra
(Coro)
Treinou seqüência
Fez cintura desprezada
Jogo duro esquenta banho
Junto da rapaziada
Depois de duro trabalho
Depois de muito treinar
Veio pro Rio de Janeiro
(Coro)
Amigo velho
Por aqui eu vou parar
Pois você é capoeira
Nem precisa perguntar
Falo de Mestre Camisa
Do nosso Grupo Abadá
(Coro)
Saudades das rodas na praça
Onde eu via meu mestre jogar
São Bento Grande, Benguela, Santa Maria
Capoeira ie e vinha
Sem ter hora pra parar
São Bento Grande, Benguela, Santa Maria
Capoeira ie a vinha
Sem ter hora pra parar
Amigo meu me responde ai, me responde ai
O que eu vou contar
Amigo meu me responde ai, me responde ai
O que eu vou contar
Você se lembra parece até lenda
As rodas na Penha, mas nós tava lá
Sou testemunha destes tempos idos
Fiz esse corrido
Que é pra nós lembrar
Saudades das rodas na praça
Onde eu via meu mestre Jogar
São Bento Grande, Benguela, Santa Maria
Capeoria ia e vinha
sem ter hora pra parar
Por trás da mata
Quando escurecia
A lua surgia pra clarear
Era o sinal que ao findar o dia
Berimbau dizia que era pra acabar
Meu coração que ainda acalenta
Hoje se lamenta ao ouvir cantar
Saudades…
Porque será, porque será
Que hoje o negro não veio trabalhar
Porque será, porque será (coro)
Que hoje o negro não veio trabalhar (coro)
Já correu notícia,
houve morte em Palmares
Morreu o negro, chamado Gangazumba
Já correu notícia,
houve morte em Palmares
Mataram o negro, chamado Gangazumba
coro 2x
Naquele tempo, não existía a princesa
Não havia pão na mesa
Só tinha o canavial
Era o suor, era o sangue derramado
Era o trabalho do negro
Dia e noite sem parar
(coro) 2x
E hoje em dia
depois o canavial
vem o relógio de ponto
que não para de marcar
Se o negro tá doente
e não consegue chegar
O patrão ou sinhozinho
já começa reclamar
Porque será
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Minha viola
Que eu não canso de tocar
Quando bate uma saudade
De mestre Waldemar
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Cada toque um lamento
Parecia solidão
Waldemar levando a vida
Como um simples artesão
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
E hoje eu digo a vocês
E recordo a todos nós
Que quem tem um berimbau
De Waldemar é o Boa Voz
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
So restaram umas histórias
Que o tempo não apaga mais
Cantando na Liberdade
E também na Pero Vaz
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
(Refrão)
Chama eu, chama eu
Chama eu, Angola chama eu
Refrão
Numa viagem pra África
O meu Mestre esteve lá
Em busca dos fundamentos
Da nossa capoeira
Refrão
Vi falar do embondeiro
Que faz casa pra morar
Falar dos negros Cuanhama
É uma tribo que tem lá
Refrão
O dinheiro é o Kuanza
O quimbundo é pra falar
Capoeira vai crescendo
Bassula pra derrubar
Refrão
Canta Dionísio Rocha
Diferente no cantar
O povo diz pagimne
Pedindo paz para o lugar
Refrão
Muchima é o coração
Que bate forte ao chegar
Parece que diz baixinho
Me leve um pouco pra lá
Refrão
Cabeçada é quitunga
Luanda é a capital
Atabaque é ningoma
Hungo vira berimbau
Refrão
Negro nascido na terra
Não pode no chão pisar
Pode ser campo minado
A guerra ainda tá lá
Refrão
O tempo lá vai rolando
Quem manda em mim é Deus
Quando ele me abençoar
Eu vou lá te conhecer
Refrão