Seus olhos

Seus olhos parecem dois rios rolando pro mar
Quando você chora
Quando você chora
E eu como bom capoeira não posso negar
Que o meu berimbau,
tambem já me fez chorar
Seus olhos…

coro

Eu choro de alegria
choro de tristeza e dór
cada um tem seus motivos
tem até choro de amor
Seus olhos…

coro

Tal vez pela falta de jeito do cabra valente
quando quer disfarçar  é quando ele mas sente

coro

Em dados momentos da vida preciso entender
Quando é forte de mas, é a hora de ceder
seus olhos..

coro

Se diz o ditado que o homen não pode chorar
eu não posso explicar se quando ele nace ele chora

coro

Meu mestre falou assim

É, meu Mestre falou assim
Menino não precisa preocupar
Que a vida que se leva é essa mesma
E a capoeira não deixa nada faltar

CORO:
É, meu Mestre falou assim
Menino não precisa preocupar
Que a vida que se leva é essa mesma
E a capoeira não deixa nada faltar

É, meu Mestre falou assim
Menino não precisa preocupar
Que a vida que se leva é essa mesma
E a capoeira não deixa nada faltar

CORO

Até naquilo que mais te incomoda
Às vezes você tem que relaxar
Conversa com teu Mestre, e vai pra roda
Que a capoeira bota tudo no lugar

CORO

E se o que você quer é amizade
E ainda mais difícil, verdadeira
Junte a humildade ao bom caráter
E só então você vai pra capoeira

CORO

E àquele com marra de valentão
E que faz mais barulho que ação
Cuidado, camarada, a capoeira
Não é o que tu tá pensando não

CORO

Perguntei: “Caveira quem te matou?”
Respondo que o calado é vencedor
Por que o veneno que sai pela boca
É mais mortal que aquele que entrou

CORO

Em tudo o que se passa pela vida
O que é mais difícil de entender
É que pra conseguir felicidade
É preciso viver e conviver

CORO

Preta Bá

Meu Deus, cadê Preta Bá, meu Deus
Meu Deus, cadê Preta Bá, meu Deus

Meu Deus, cadê Preta Bá, meu Deus
Meu Deus, cadê Preta Bá, meu Deus

O filho do coronel
Chora no colo de sinhá
Toda noite acordato
Procurando Preta Bá

Meu Deus…

Preta Bá que o criou
Como se fosse filho seu
E o menino só vingou
Porque Preta Bá, de seu leite lhe deu

Meu Deus…

Coronel disse que sim
Ninguém vai dizer que não
Preta Bá criou seu filho
Acabou sua missão

Meu Deus…

Preta Bá, batendo o pilão
Ouviu a voz do coronel
Negra chegou sua hora
Faça uma prece a Deus do céu

Meu Deus…

Preta Bá foi castigada
Por algo que não cometeu
Mas quando foi descoberto
Era tarde demais, Preta Bá morreu

Meu Deus…

Coronel anda calado
Triste a se lamentar
Preta Bá não suportou
O castigo que lhe mandou dar

Meu Deus…

Quem sabe esse coronel
Não soubesse o que fazia
Pois não levou muito tempo
E sem Preta Bá o menino morria

Meu Deus…

Sabe Deus pra onde foi
E eu fico a imaginar
Que o filho do coronel
Se encontrou com Preta Bá

Meu Deus…

Meu Deus, cadê Preta Bá, meu Deus
Meu Deus, cadê Preta Bá, meu Deus

Homenagem A Zumbi Dos Palmares

Angola terra dos meus ancestrais, Angola
Angola êêê terra dos meus ancestrais, Angola
De onde veio à capoeira angola
Do toque do berimbau, Angola
E vivia no Quilombo
O valente rei Zumbi
Guerreiro de muitas lutas
Por seu povo sofredor
Foi general de batalha
Sem patente militar
Inteligência e coragem
Não lhe podiam faltar
Ele nasceu no Quilombo
Porém foi aprisionado
Criado por Padre Antônio
Francisco foi batizado
Aprendeu língua de branco
Mas não se subordinou
Dentro dele era mais forte
O seu “eu” de lutador
Fugindo para Palmares
Ganga Zumba o recebeu
O Quilombo estava em festa
Viva Zumbi Ganga o rei
Foi quando tudo mudou
Até vir a traição
Mataram Zumbi guerreiro
Sem nenhuma compaixão
Seu nome será lembrado
Para sempre na história
Força de espírito presente
Não nos saia da memória

Iê, viva meu Deus
Iê, viva Zumbi.
Iê, viva meu Mestre.
Iê, a capoeira.
Iê, viva Deus do céu.
Iê,salve a Bahia.

Lá Na Bahia

–Coro–
Lá na Bahia Corre água sem chover
A água doce do coco é doce
Eu também quero beber
Á água do coco é doce
Eu também quero beber

Na fazenda Estiva
Nas terras de Jacobina
Comecei a Capoeira
Do famoso Mestre Bimba
E foi morar lá no bairro da Lapinha
Conhecendo velhos mestres
Valdemar e Seu Traíra
(Coro)
Treinou seqüência
Fez cintura desprezada
Jogo duro esquenta banho
Junto da rapaziada
Depois de duro trabalho
Depois de muito treinar
Veio pro Rio de Janeiro
(Coro)
Amigo velho
Por aqui eu vou parar
Pois você é capoeira
Nem precisa perguntar
Falo de Mestre Camisa
Do nosso Grupo Abadá
(Coro)

Berimbau mandou se benzer

Lá, lá e lá;
Lê, lê;
Mandinga de Angola;
Berimbau mandou se benzer;
(Refrão) Ê, ê, ê berimbau;
Mandou se benzer;(Refrão)
(Refrão)

Capoeira é malícia e mandinga;
Mantendo sua tradição;
E reza pra todos os santos;
E aos seus Orixas pedindo proteção;

(Refrão)

Agachado ao pé do berimbau;
Ele fez o sinal da cruz;
Capoeira é sua estrela guia;
É ela quem te conduz;

(Refrão)

Berimbau é quem comando o jogo, seus

rostos;
Como Cazumbá;
O negro tem corpo fechado;
Pois leva seu patuá;

(Refrão)

No ar há desejo de briga;
Os olhos não vão desviar;
E no canto do mandingueiro;
Cantigas de provocar;

(Refrão)

O aperto de mãos é manhoso;
Sem saber como vai terminar;
O que é certo na volta do mundo;
É que vão se encontrar;

(Refrão)

A Capoeira e o Cantador

Eu passava numa rua
Quando alguém me parou
Ouvi falar de você
É o tal de cantador

É cantador
É cantador
É cantador
É cantador

Quero que tu me responda
Usando suas palavras
O que é a capoeira
Do fundo de sua alma

É o meu céu,
É o meu mar
A luz das estrelas
E o brilho do luar

É meu céu,
É meu mar
A luz das estrelas
E o brilho do luar

É muito mais do que isso
Ela é o meu viver
Se eu canto é pra contar
O que você quer saber

É meu céu,
É meu mar
A luz das estrelas
E o brilho do luar

Quando ouço um berimbau
E um canto bem entoado
Meu coração se alegra
Deixo as tristezas de lado

É meu céu,
É meu mar
A luz das estrelas
E o brilho do luar

E vai muito mais além
É minha filosofia
É o meu jeito de ser
Enquanto eu tiver vida

É meu céu,
É meu mar
A luz das estrelas
E o brilho do luar

Não me demoro falando
Bem simples dessa maneira
Não existe nesse mundo
Nada igual a capoeira

É meu céu,
É meu mar
A luz das estrelas
E o brilho do luar

Lamento do berimbau

Berimbau chorou
Chorou de lágrima
Chorou de lágrima
Chorou de lágrima

Berimbau chorou de lágrima
Por causa de uma nação
Só Deus sabe o sofrimento
Que o negro teve na escravidão, berimbau chorou

Negro deu volta ao mundo
No berimbau se agachou
Berimbau viu tanto sofrimento
Que até o arame se quebrou, berimbau chorou

A amargura e tristeza
Na senzala de sinhá
Gunga, médio e viola
Estavam ali pra consolar, berimbau chorou

Berimbau chorou de lágrima
Castigo de uma nação
Sé Deus sabe o sofrimento
Que o negro teve na escravidão, berimbau chorou

Berimbau chorou de lágrima
Uma lágrima sentida
Adeus mano velho
É hora da despidida, berimbau chorou

Saudades

Saudades das rodas na praça
Onde eu via meu mestre jogar
São Bento Grande, Benguela, Santa Maria
Capoeira ie e vinha
Sem ter hora pra parar
São Bento Grande, Benguela, Santa Maria
Capoeira ie a vinha
Sem ter hora pra parar

Amigo meu me responde ai, me responde ai
O que eu vou contar
Amigo meu me responde ai, me responde ai
O que eu vou contar

Você se lembra parece até lenda
As rodas na Penha, mas nós tava lá
Sou testemunha destes tempos idos
Fiz esse corrido
Que é pra nós lembrar

Saudades das rodas na praça
Onde eu via meu mestre Jogar
São Bento Grande, Benguela, Santa Maria
Capeoria ia e vinha
sem ter hora pra parar

Por trás da mata
Quando escurecia
A lua surgia pra clarear
Era o sinal que ao findar o dia
Berimbau dizia que era pra acabar
Meu coração que ainda acalenta
Hoje se lamenta ao ouvir cantar
Saudades…

Porque será

Porque será, porque será
Que hoje o negro não veio trabalhar
Porque será, porque será (coro)
Que hoje o negro não veio trabalhar (coro)

Já correu notícia,
houve morte em Palmares
Morreu o negro, chamado Gangazumba
Já correu notícia,
houve morte em Palmares
Mataram o negro, chamado Gangazumba

coro 2x

Naquele tempo, não existía a princesa
Não havia pão na mesa
Só tinha o canavial
Era o suor, era o sangue derramado
Era o trabalho do negro
Dia e noite sem parar

(coro) 2x

E hoje em dia
depois o canavial
vem o relógio de ponto
que não para de marcar
Se o negro tá doente
e não consegue chegar
O patrão ou sinhozinho
já começa reclamar
Porque será

(coro) 2x

Viola de Waldemar

E, lê, lê, lê, lê, lê!
E, lê, lê, lê, lê, lê!
Lê, lê, lê, lê, lê, lê!
Lê, lê, lê, lê, lê, lê!

E, lê, lê, lê, lê, lê!
E, lê, lê, lê, lê, lê!
Lê, lê, lê, lê, lê, lê!
Lê, lê, lê, lê, lê, lê!

Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar

Minha viola
Que eu não canso de tocar
Quando bate uma saudade
De mestre Waldemar

Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar

Cada toque um lamento
Parecia solidão
Waldemar levando a vida
Como um simples artesão

Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar

E hoje eu digo a vocês
E recordo a todos nós
Que quem tem um berimbau
De Waldemar é o Boa Voz

Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar

So restaram umas histórias
Que o tempo não apaga mais
Cantando na Liberdade
E também na Pero Vaz

Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar
Eu fui na Bahia pra tocar
Berimbau de mestre Waldemar

E, lê, lê, lê, lê, lê!
E, lê, lê, lê, lê, lê!
Lê, lê, lê, lê, lê, lê!
Lê, lê, lê, lê, lê, lê!

E, lê, lê, lê, lê, lê!
E, lê, lê, lê, lê, lê!
Lê, lê, lê, lê, lê, lê!
Lê, lê, lê, lê, lê, lê!

Chamado de angola

(Refrão)
Chama eu, chama eu
Chama eu, Angola chama eu
Refrão
Numa viagem pra África
O meu Mestre esteve lá
Em busca dos fundamentos
Da nossa capoeira
Refrão
Vi falar do embondeiro
Que faz casa pra morar
Falar dos negros Cuanhama
É uma tribo que tem lá
Refrão
O dinheiro é o Kuanza
O quimbundo é pra falar
Capoeira vai crescendo
Bassula pra derrubar
Refrão
Canta Dionísio Rocha
Diferente no cantar
O povo diz pagimne
Pedindo paz para o lugar
Refrão
Muchima é o coração
Que bate forte ao chegar
Parece que diz baixinho
Me leve um pouco pra lá
Refrão
Cabeçada é quitunga
Luanda é a capital
Atabaque é ningoma
Hungo vira berimbau
Refrão
Negro nascido na terra
Não pode no chão pisar
Pode ser campo minado
A guerra ainda tá lá
Refrão
O tempo lá vai rolando
Quem manda em mim é Deus
Quando ele me abençoar
Eu vou lá te conhecer
Refrão